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Avôs do pop latino, Gipsy Kings vendeu mais de 20 milhões de discos… sem falar espanhol

Hoje, duas versões do grupo estão em turnê: uma com cada fundador. Ao g1, Tonino Baliardo relembra sucesso de ‘Bamboleo’ e fala da nova formação que faz show no Brasil.

Quando a dupla de músicos Nicolas Reyes e Tonino Baliardo decidiu criar o Gipsy Kings, em 1979, fazer sucesso cantando música latina era “bem menos simples”.

A expressão é usada por Baliardo, em entrevista ao g1 na qual se recusou a falar em espanhol. Há uma explicação: ele diz saber se expressar bem apenas em francês e catalão. Desde o começo da carreira, os integrantes da banda formada em Arles, no sul da França, apenas repetiam sons em espanhol sem saber muito bem o que queriam dizer.

Hoje, duas formações do Gipsy Kings estão em turnê: uma liderada por Reyes e outra por Baliardo. Juntos, eles venderam mais de 20 milhões de discos no final dos anos 80 e começo dos 90. Canções como “Bamboleo”, “Djobi Djoba” e “Volare” traziam influência cigana, vocais gritados e a força da rumba flamenca.

Essas canções festivas de DNA cubano e catalão ajudaram o Gipsy Kings a pavimentar um caminho que depois seria percorrido por “Macarena”, “Despacito”, Bad Bunny, Peso Pluma e tantos outros.

“Tivemos que persistir muito, antes de fazer sucesso com ‘Bamboleo’. Desde então, a música latina evoluiu e ganhou espaço. Não era fácil cantar em espanhol nos anos 80”, atesta Bailardo, violinista hoje com 64 anos.

A versão do Gipsy Kings liderada por ele se apresenta em São Paulo em dezembro. “Ainda somos um grupo familiar”, contextualiza. “Todas as formações sempre tiveram irmãos, primos e segue sendo assim. Estou aqui hoje com meus dois filhos, que me ajudam nessa conexão com as gerações mais novas.”

O grupo Gipsy Kings com o fundador Tonino Baliardo segurando o violão — Foto: Divulgação

O grupo Gipsy Kings com o fundador Tonino Baliardo segurando o violão — Foto: Divulgação

Se tivesse sido lançada hoje, em uma época de tantos processos por diretos autorais, é difícil saber se “Bamboleo” teria continuado com os mesmos créditos após o sucesso.

Reyes, Balairdo e o músico Chico Bouchikhi assinam a música que tem trechos parecidos aos de “Caballo Viejo”, do venezuelano Simón Díaz; e de… “Bamboleo”, samba gravado por Carmen Miranda de autoria do brasileiro André de Sá Filho.

O repertório do grupo não é exatamente original. E eles sabem disso. “A gente adorava pegar músicas que não faziam parte do nosso repertório para tocar nas festas, fazendo uma versão com a nossa sonoridade”, ele diz, ao ser perguntando sobre “Volare”, versão do clássico italiano “Volare (Nel Blu di Pinto di Blu)”.

Ele também garante que o grupo não fez sucesso “da noite para o dia, como algumas pessoas pensam”. “A gente vivia em turnê pelo exterior. Então, não vimos nossos filhos crescendo, porque estávamos sempre viajando, bem longe de casa.”

Para fechar, o que dizer sobre as críticas de que música é pasteurizada e ajuda a estereotipar os latinos, como sendo pessoas que gesticulam e gritam o tempo todo? Ele ri da pergunta. “Não vejo problema. Latinos falam alto mesmo.”

O Gipsy Kings se apresenta em São Paulo no dia 1º de dezembro, com ingressos a partir de R$ 140 vendidos no site Ticket360.

Fonte: Braulio Lorentz, g1 – 22/05/2024 

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