Evento em Brasília marcou início da mobilização e contou com de ministras do governo. Entidades assinaram carta com compromissos para combate à violência contra a mulher.
O Ministério da Mulher firmou nesta sexta-feira (23) uma parceria com diversos setores da sociedade em busca de apoio à campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”.
A parceria foi oficializada em um evento em Brasília que contou com a presença de autoridades, entre elas, as ministras Cida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Margareth Menezes (Cultura), o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e a Representante Interina de ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino.
Entre as entidades que firmaram parceria com a pasta, estão times de futebol, entre eles, Flamengo, Vasco, Botafogo e Corinthians.
- De acordo com o ministério, as empresas assinaram uma carta-compromisso, que inclui ações integradas no ambiente de trabalho e fora dele e campanhas de conscientização contínua voltada para homens.
Durante o evento, o documento foi assinado pelas ministras Cida Gonçalves, Margareth Menezes, Esther Dweck, Sônia Guajajara, pelo presidente da Caixa, e pela ministra da igualdade racial substituta, Roberta Eugênio.
Segundo a pasta, o documento foi assinado por mais de 100 parceiros.
Campanha Feminicídio Zero
Neste ano, a Lei Maria da Penha completa 18 anos, mas os números de registros de casos de violência contra a mulher ainda cresce no país. O Ministério da Mulher citou dado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) que aponta que, a cada 6 horas, uma mulher é morta vítima de feminicídio.
- A Campanha Feminicídio Zero tem entre seus objetivos estimular que as mulheres denunciem por meio do Ligue 180, serviço do governo federal para captar denúncias de violência contra a mulher.
A ação foi lançada durante o agosto lilás, mês de conscientização sobre o tema.
Investimentos
Em seu discurso, a ministra da mulher, Cida Gonçalves, disse que muitos ainda são os desafios para combater o feminicídio e que desde janeiro de 2023 até agosto de 2024, a pasta investiu R$ 389 milhões em políticas para enfrentar a violência de gênero.
“Tivemos – e temos – também muitos desafios. Se por um lado, as mulheres têm hoje mais consciência sobre a representação do machismo e a discriminação de gênero, e sentem mais confiança para denunciar, por outro, a violência também tem aumentado, assim como sua crueldade”, afirmou a ministra.
Um minuto de silêncio
A senadora Leila Barros (PDT-DF) também participou da cerimônia e pediu um minuto de silêncio pela morte de Juliana Barboza Soares, que aconteceu nesta quinta-feira (22) no Gama, no Distrito Federal.
Juliana foi morta após ter sido atropelada três vezes quando voltava para casa, depois de comemorar o aniversário de 34 anos, na noite de terça-feira (20).
Ela estava acompanhada pela mãe e pela filha, de 5 anos, que também foram atropeladas. O ex-namorado de Juliana, Wallison Felipe de Oliveira, de 29 anos, está preso por suspeita de feminicídio.
Fonte: Beatriz Borges, g1 — Política – 23/08/2024